A humanidade vive problemas que ameaçam a sobrevivência da sua e de outras espécies, cuja solução é incompatível com as práticas econômicas, políticas e culturais dominantes. Estas privilegiam o curto prazo: empresas buscam resultados trimestrais, políticos visam a próxima eleição e agentes culturais buscam audiência imediata! Nossa sobrevivência, porém, depende de visão de longo prazo e de ações cujos benefícios demoram a aparecer, e seus resultados imediatos são tidos como negativos.
Entre estes, abandonar os combustíveis fósseis e o transporte individual; reduzir o consumo de fast food e de carne vermelha, aumentando o de produtos locais, frescos e pouco ou não processados; alterar o processo de ocupação do solo para prevenir enchentes, dar lugar às águas e reduzir a necessidade e a distância dos deslocamentos diários; adotar atitudes culturais cooperativas, em substituição às competitivas; abandonar o consumismo e aumentar a durabilidade dos produtos, mesmo em detrimento das vendas; ampliar, para todos, o tempo livre e gozá-lo com pessoas queridas; condenar e reduzir a desigualdade, sem criticar nem punir as diferenças; utilizar a potência das forças produtivas, inclusive a inteligência artificial, e acabar com a pobreza.
Vale dizer, precisamos redefinir e redirecionar nossa sociedade rumo a uma utopia, hoje realizável.
Precisamos redefinir e redirecionar nossa sociedade rumo a uma utopia, hoje realizável
Solucionar o conflito entre os interesses de curto e os de longo prazo é o grande desafio atual! O dilema, no fundo, pode ser sintetizado assim: como fazer políticos e os proprietários de ativos se pautarem pelo longo prazo? Como não prejudicar a sobrevivência das gerações futuras se pensam apenas no curto prazo? Como superar a “democracia liberal de ciclo eleitoral” e o “capitalismo trimestral”, criando sistemas que ajudem a alcançar os resultados indicados acima? O fato de, hoje, não sabermos as respostas, deve ser, antes de tudo, um incentivo para pensar e nos organizarmos para encontrá-las!
