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A polarização política, no Brasil e no mundo, dificulta trocar ideias. Um lado não ouve o outro, e pensa que “eles” querem “nos” destruir. Assim, a democracia poderá perdurar? Mais ainda, poderá ser aprofundada, como necessário para solucionar os graves problemas que enfrentamos? Será isso possível sem grandes inovações?
No atual processo de radicalização, a conversação está entrando em colapso. Amo “meu” líder, que é detestado por meus antigos amigos, hoje afastados, que amam “seu” líder e não se aproximam de mim, que não compartilho tal admiração. Sem diálogo e aproximação, como poderemos selar acordos e apertar as mãos, definindo caminhos a trilhar?
Nesse quadro de diálogo quase impossível tende a prevalecer a força bruta, leva a episódios desumanos como Rússia x Otan (Ucrânia); Hamas x Israel, entre muitos outros, mundo afora.
Além disso, cresce a disparidade em todo o planeta. Como pode um Elon Musk entender as agruras de quem ganha salário-mínimo, e vice-versa? Os desafios que cada um deles enfrenta são de natureza profundamente diferente. Como construir políticas públicas que sejam eficazes sem diálogo, sem experimentação, sem que, em países tão diversos, haja diversidade para que as ações sejam adaptadas à micro realidade local? A China adotou sistema flexível que lhe permite ter regras distintas para realidades diversas. Será isso um dos fatores do seu sucesso na redução da pobreza?
Há riscos em ter regras diferentes para locais distintos, mas há também perigos em ter regras iguais para locais muito diversos. Caso tivessem regras mais adequadas a suas realidades, ao invés de idênticas às que regem São Paulo, as centenas de municípios brasileiros com menos de 10 mil habitantes ganhariam ou perderiam?
Dialogar, respeitar, colocar-se no papel do outro, inovar e experimentar são requisitos para superar os imensos desafios hoje colocados a nós, animais humanos!
