Economia

É Tempo de balanço ?

tempo de balanco

Imagem de Alexander Lesnitsky por Pixabay

 

 

                É prematuro fazer um balanço do atual governo. A percepção de muitos, no entanto, é de que reina, entre nós, um completo lawfare, embora deva considerar o fato de que só o tempo pode proporcionar o necessário distanciamento de que a história precisa para ser melhor interpretada. Houve uma época em que tivemos crescimento com investimentos, investimentos com base na poupança pública e até mesmo superávit fiscal com uma carga tributária em torno de 23% do PIB. Houve, também, investimentos privados diretos, secundados por empréstimos internacionais.

               O que tivemos nos governos das últimas três décadas? A resposta desalentadora revela crescimento sem investimento suficiente, consumo sem renda, ausência de poupança pública e uma carga tributária crescentemente asfixiante. O verdadeiro milagre brasileiro consistiu no crédito fácil ao consumidor. Esse irresponsável incentivo ao consumo foi uma armação com a arapuca dos maiores juros praticados no mundo.

 

               O verdadeiro milagre brasileiro consistiu no crédito fácil ao consumidor  

 

               Ele tornou o consumidor refém de uma prestação que não coube em seu bolso. Essa bola de neve formou um estoque de dívida, quando nem mesmo os programas oficiais do tipo Desenrola, se mostraram capazes de desatar o verdadeiro nó de azelha que emparedou a população mais carente. O crescimento, assim alimentado, teve como desdobramento a inadimplência que provocou o estouro da bolha. A real consequência só se viu muito tempo depois, quando os sucessores levaram a culpa.

              Ainda assim, algo mudou para melhor. Uma das hipóteses que pode ajudar a explicar a dinâmica do crescimento da economia neste ano tem a ver com as reformas realizadas a partir do governo Temer. A agenda de reformas que o Congresso atual desenvolve, também, ataca muitos problemas de difícil solução. Essas reformas são perseguidas há anos, e dentre elas a que mais se destaca, indubitavelmente, é a reforma fiscal, que busca tornar mais simples e justo o cipoal de impostos, taxas e contribuições que assola o sistema produtivo. Por isso mesmo, não me atrevo a fazer uma crítica meramente teatral. No populismo, o líder jamais pode ser contrariado. Afinal, se todos aplaudem, autores e atores da peça representada devem ser bons, considerado o sucesso de público e de crítica. Tomara que estejamos no caminho certo.

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