Nadim Donato: tratamento em iguais condições
Presidente da Fecomércio-MG, Nadim Donato, diz que setor é dos que mais emprega no país e tem questões a serem debatidas
O presidente da Fecomércio, Sesc e Senac, Nadim Donato, fez um apelo para que os deputados federais mineiros trabalhem para garantir recursos para obras em Minas Gerais e “defendam os interesses do estado”. A declaração foi durante o almoço-palestra promovido pela VB Comunicação, no primeiro evento do ano do Conexão Empresarial, que aconteceu no Espaço Meet, em fevereiro.
Ele também reclama da falta de interesse do governo federal em relação ao setor, que é um dos que mais emprega no país e gera impostos, mas que fica a reboque de outras pastas. Atualmente, o setor está atrelado ao Ministério de Indústria, Comércio e Serviços. Ele lembra que, quando decidiram criar o Ministério da Agricultura, o setor deu um salto e hoje é o carro-chefe da economia brasileira.
No primeiro ano de governo Lula, o líder empresarial disse que, mesmo apresentando um crescimento pequeno, o setor mostrou-se ativo e a expectativa é a de que ocorram melhoras ainda maiores a partir da regulamentação de matérias aprovadas na reforma tributária. Ele lembra que a Fecomércio teve participação ativa em todos os grupos criados pelo coordenador da reforma, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), e ajudou na elaboração do texto levado ao Congresso Nacional.
As mudanças previstas, segundo ele, mesmo não sendo as ideais, representam um avanço. Mas algumas questões têm que ser debatidas com maior seriedade, como a concorrência desleal com o comércio da Índia e da China. Nadim Donato disse que as entidades ligadas à Fecomércio e ao setor trabalham para que o governo taxe as com[1]pras que chegam desses países sem a cobrança de impostos. Segundo ele, uma pessoa compra uma calça no e-commerce de um desses países por menos de US$ 50 e não é taxado, volta no site e compra o casaco pelo mesmo sistema, também sem tributação. Compra um terno completo, sem pagar impostos. Essa é uma concorrência difícil de ser batida e os empresários brasileiros acabam ficando prejudicados.
A expectativa, segundo ele, é a de que o governo fique sensível a essa situação e possibilite um tratamento pelo menos em iguais condições, para que os brasileiros não sejam lesados. Ele lembra que, só no último ano, o setor representou 58,3% do PIB de Minas Gerais, é um dos maiores geradores de empregos formais e tem participação ativa na economia do estado e do país.
A Fecomércio MG tem 51 sindicatos filiados e está presente nos 853 municípios mineiros, representando mais de 740 mil empresas. Além disso, Nadim Donato, que está há 18 meses à frente da entidade, já avançou em várias frentes. Por dois anos seguidos, investiu no Carnaval de Belo Horizonte. Foram aplicados, neste ano, R$ 4 milhões na festa momesca, que atraiu milhares de foliões para a cidade. Segundo o empresário, “o seu papel é dar voz ao empresariado” e, por isso, a decisão de estreitar a relação com as comunidades, com o programa “Fecomércio na rua”. Ele tem percorrido várias cidades no interior de Minas Gerais conhecendo e debatendo sobre as dificuldades e as potencialidades de cada uma delas.
Com o Sesc e Senac, tem avançado no atendimento à saúde, educação, lazer, esporte e assistência social. A entidade tem 91 entidades fixas e 11 móveis para o atendimento às comunidades. Donato disse que foram investidos recursos na adaptação de oito carretas que prestam atendimento odontológico, oftalmológico e de saúde da mulher e, agora, também do homem. A entidade também possui o maior banco de alimentos do país, com a arrecadação de 40 milhões de toneladas entregues em vilas e favelas. Só em Minas Gerais foram arrecadados 10 milhões de toneladas de alimentos.
Tudo isso é um processo que segue avançando, segundo Donato, em sua palestra para empresários, políticos e representantes da sociedade. O Conexão Empresarial teve o patrocínio da AngloAmerican, AngloGold Ashanti, Drogaria Araujo, Banco bmg, DFA- Décio Freire Advogados, LÍDER Aviação, Mater Dei, Supermercados BH, Urbana e Usiminas, além do apoio de Três Corações.
