Gastronomia

Gosto de novidade

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Montê Bar ocupa antigo prédio do 104 Tecidos, na praça da Estação

Fotos: João Couto Fotografia

 

Bares recém-inaugurados na região central e evento dedicado à música autoral são opções para curtir a noite belo-horizontina e sair do lugar comum

 

            Criado em outubro de 2012, onde era uma fábrica de tecidos, em frente à praça da Estação, o Cine 104 é parte fundamental da história de Belo Horizonte e um dos pontos culturais mais relevantes da região central. Foi justamente essa importância para a cidade que chamou a atenção dos donos do Montê Bar (@monte. beaga), inaugurado no mês passado. Com um nome que faz referência às montanhas de Minas Gerais, tudo ali evoca o regional.

            “Nosso cardápio tem ingredientes que são importantes para a nossa culinária, como o arroz de costela com mostarda, e nossa carta de drinks é um passeio por Belo Horizonte.

            Reproduzimos algumas bebidas de bares importantes da cidade, como o Palito e o Olga Nur, informando o nome do estabelecimento e quem criou aquele drink. É uma forma de passear pela cidade sem sair do lugar”, explica a sócia Aline Prado.

           De acordo com ela, o bar se localiza dentro de um movimento de valorização da região central da cidade que vem ocorrendo nos últimos anos. “O entorno da praça Raul Soares é um dos melhores exemplos disso e vejo que o poder público também está se mobilizando para isso. Valorizar o Centro é algo que vem ocorrendo no mundo inteiro e BH só está seguindo um movimento natural das grandes metrópoles”, aponta.   

 

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Foto:João Couto Fotografia – Noite no Montê: passeio pela cidade sem sair do lugar

           Foi nessa mesma onda de valorização da região central que surgiu o Portaria 1959 (@ portaria1959), em maio deste ano, no entorno da praça Raul Soares. Localizado na Galeria São Vicente, que já abriga bares como o Palito e o Pirex, ele fica no primeiro andar e tem porta voltada para a rua. “A praça é o marco zero de BH, uma praça espetacular, com um enorme valor arquitetônico e cheia de histórias. Estamos de portas abertas para toda cultura e diversidade do centro”, afirma o sócio Lucas Godinho de Souza.

           De acordo com ele, valorizar a região central é uma decisão importante também do ponto de vista financeiro. “Belo Horizonte possui milhares de pequenas cidades dentro dela. Valorizar isso deve ser natural e é uma decisão inteligente. Trazer vida e diversidade para toda a cidade reforça seu potencial turístico, cultural e boêmio – além de colocar a economia pra girar”, garante.

           Nem só de bares recém-inaugurados vive a noite belo-horizontina e o Tranquilo (@ tranquilobh), evento itinerante idealizado por Thales Silva, está aí para provar isso.

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Portaria 1959 reforça a ocupação da Galeria São Vicente, na região da praça Raul Soares

           Existente há cinco anos, acontecendo semanalmente entre o Carnaval e o Natal em diversos espaços da cidade, a proposta do evento é apresentar música autoral livre independente e já trouxe artistas como Julia Guedes, Kdu dos Anjos e o nacionalmente conhecido Mateus Carrilho, que integrou a extinta Banda Uó.

          “Entendemos que trazer nomes conhecidos aumenta a credibilidade do projeto e ajuda a fomentar também a cena local. Ao final, também damos oportunidade para artistas da plateia se apresentarem. Assim, democratizamos ainda mais o encontro e conseguimos dar visibilidade para artistas que não estão se apresentando no palco. Além de aprofundar a conexão entre as pessoas, também valorizamos a cena artística”, analisa.

          Outro diferencial do evento é que não é cobrado ingresso, cada um reflete sobre o quanto pode contribuir, e não são vendidas fichas de bebida, as pessoas pegam e pagam o que consomem, sem que haja uma fiscalização. “Fazemos isso de forma educativa e provocativa. Queremos propor um ambiente em que é possível experimentar música de forma diferente e exercitar outros aspectos sensíveis. E, para 2024, queremos nos fortalecer no ambiente on-line e levar para outras cidades”, afirma.

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