Comportamento

Amor para principiantes

VB ED276 FEVEREIRO 24 amor para principiantes

Photo by mohamed_hassan from PxHere

 

           Namoros têm começado cedo, algumas vezes antes dos 12 ou 13 anos. Os pais se preocupam, mas haverá jeito de controlar? Os relacionamentos entre os muito novos têm características próprias de sua faixa etária. Podem ser imaturos e vividos com muita intensidade. Oscilam da alegria sem fim à profunda infelicidade – tudo é experimentado em potência máxima nessa etapa de extremos.

          No início da adolescência o relacionamento com pessoas sexualmente atraentes ganha papel de destaque. Depois do período de latência, os jovens acordam para a vida, para o prazer, para a sedução. Há muita curiosidade para entender e experimentar a vida amorosa – não necessariamente nesta ordem…

        Apesar da audácia juvenil, moços e moças ainda são muito inexperientes e canhestros no trato social. Não dominam bem as emoções, que podem se manifestar em comportamentos muitas vezes exagerados e fora de contexto.

        O resultado dessa somatória de curiosidades, inexperiências e dificuldades é que os namoros, que poderiam ser fonte de apoio, alegria e companheirismo, podem se tornar controladores, obsessivos, possessivos, restringindo experiências sociais importantes nesta etapa da vida.

         Bons relacionamentos podem auxiliar na composição da identidade adulta, ajudando a modular a compreensão do outro. Começam assim as comparações de semelhanças e diferenças e a formação de grupinhos, que podem brotar de interesses comuns. Surgem intolerâncias e discriminações, grandes obstáculos para o que deveria ser um pro[1]cesso de abertura para novas vivências.

         Más experiências podem ser sinônimo de relações superficiais e descompromissadas, em geral baseadas apenas na atração física. Algumas vezes há risco de violência verbal ou física – alguns adolescentes passam por fases muito impulsivas, em que são frequentes as passagens ao ato, o famoso “agir sem nem saber porquê”, fonte de muitos problemas.

         Apesar dos riscos – é bom lembrar que todo relacionamento traz algum risco – os namoros costumam ser benéficos para a maioria dos jovens, guardadas certas condições. Os namoros mais saudáveis costumam se desenrolar dentro do contexto de uma turma, os amigos servindo como rede de proteção e regulação. Como sempre, a supervisão atenta dos pais é salvaguarda importantíssima.

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